Monday, August 31, 2009

(Monólogos à Mágoa )

Perto de Porto


Desço às trevas vestido de gume
Nos três últimos desejos
a meia palavra
digna de uma ilha vazia

No olhar , a cólera feita demónio,
rebuço âmago de um chão por granjear.
Ulteriormente a edificação de grilhetas,
sol prévio de laje narrada
no alvorecer sem bloco de glosas

As lezírias e o caos competiam em mim
Criações eram de agra
bagada por fenos e flores,
texturas se agitavam
e o orbe pugnava caducidade.

Tombam os atlânticos
pélago de noite
onde não desvendei tenebrosidade
e mesmo na sombra senti o calor
uma tributa luz
perpetuamente ateada
pelo débil folgo cansado meu.

(............)
a continuar

Monday, August 10, 2009

Pintura a Óleo by Alexandre M. ( In Pain T )

(Monólogos à Mágoa )

Fugir de alguém


A exuberância frásica
Detona sobre o branco
Espanto

No poema coube a noite
Na manhã a promessa

Almejava-te sobre ferros
Alpondras cinza
E decretos sem lei
Fui laje, papel
Whisky
Trono sem rei

Saia varina, vareja
Cabelos de claro pinho
Suor
Sabor cereja

No vestido cândido
A marca de Orpheu
repouso ébrio ,
Talos ,
Cabelo meu

Assim porfio
Menos tão afável
Desafio

Cambaleio sobe o pasto
A disforme vontade

Grasno aos poços
Ponho T’s nas campas
Viagens tantas
Sem mim
Passageiro

Rogo o valor de outros
Tão corpos mortos
De uma cidadela
Sem fim

Vejo pela fenda a miragem
Paisagem vertical
De meia sobra centimetra

E mato , porque matar
É o começo
De um alguém com final
E assim,
Aprendo a fugir
Fujo do tempo
Fujo das manhas
E manhãs
Fujo dos leões
Lobos
Sapos e rãs

Fujo de mim
Porque é o principio
De não me ausentar
De alguém ...