Sunday, October 25, 2009

Procrastinar :)


Eram tecidos feitos de dúvida.
Olhares que se contemplavam
Iludindo o pôr-do-sol.
Beijos mentiam os anjos
Gestos se faziam demónios
.
As margens do Tejo eram de outros
Mas tão nossas
Que as baptizávamos
.
Cabia em ti feito navio
Voz grave, ao ouvido
Surtida de pequeno
Tão grande almoço
.
Selávamo-nos por comboios
Metros de ferro feito
Talheres do manjar nosso
E como… Te fazer compreender?
Tu, tão única
Bela, sem te ter ao sol nascer
.
Perco-me nas estações
Tão mais que as do ano
E desta forma, assim
Sem plano
Faço-me íntimo
.
Deveria não dever
Questionar este tão pulcro,
Desta forma ser
Porque te gosto
Porque te faço gostar
Eu homem, tu mulher
Oh Tejo, tua preia-mar
.
E o navio ao longe
Escalava,
Desviando do seu olhar
O nosso motivo
Beijar, fingido
Gosto ou amar
..............
( A continuar )
..............

Monday, October 05, 2009

(ainda sem título )

Outono de mágoas
Sonhos embalados em águas
Repouso de herói caído.
Aparece nesta trama
A certeza de quem morto se engana
Algum dia ter vivido.

Brotam nas manhãs geadas
Corpos de mulheres amadas
Solstício de feito sofrido.

Congrega-se ao seu amparo
O sangue morto disparo
Alguém terá morrido.

Ridículo torna-se a sombra no acordar
Este tantas vezes manjar
De quem a meu lado repousa
Tudo está prostrado
Lençóis, aquário e louça

Visito no cigarro
A memoria própria de quem busca
centelha do que aconteceu
Não era mais ela,
Era unicamente uma forma
Que em episódio de sono teceu

Vingar-me de mim seria convidativo
Aprimorar ao som de Mingus
a circuição a dar, sem na manhã geada
a ter de a acordar