Tuesday, May 04, 2010

escrever merda ou sublinhar um livro de Pessoa ( continuação )

Há que ter mais alcance neste universo de instruídos

A crítica amargurada, viúva de homem decepada.

Que nada mais vos rebata
Seres simples e preclaros
Para quê caminhar e florir pés em dor
Se para o simples peixe basta pescador

Senhores de simplicidade com motivo
não olhem só para o umbigo

Na minha simplicidade cabe uma cama ,
onde o crocodilo beija o grilo que ama
e a morte deseja , porque não ?!
A sorte a um castor sem dentes .

A hipócrita simplicidade
tem mais lágrimas que o crocodilo que já não mais pode amar o grilo

Que nada mais vos rebata
Que o interesse engenho de um gato

‘’ Soletro na tua boca um beijo maiúsculo ‘’

E rabisco minúsculas presenças
É que ás vezes não vejo outra senão solução
Que não seja o escrever
Consagrar-me assim vazio, pálido de demoras breves
a cada silêncio entre as sentenças.

Ajuízo-me em aquário
de forja que oxigena uma vida não secreta
para observadores mal animados

Passem me uma certidão de existência
comprovativo de um estado a definir.
Toda a invenção é o partir
para alguém que sentencia.
E reviso as mesmas coisas de rostos já tão habituais

E rimo sim , procuro palavras que rimem , mulheres que ame , água que beba … e desafio , porque não há nada a que não me atreva , e se dizem ‘’ vai procurar trabalho ‘’ mando todos pro caralho e acendo um cigarro .