Friday, November 20, 2009

Sombra


A minha sombra
Vejo como nela não me revelo
Tento-a reparar com posturas
Obtusas à mirada de um estranho

O estranho perspectiva
Sempre de forma diferente.
Tem nele um olhar impuro
Fruto de medos e de não comeres

E as sombras têm olhos
E mesmo assim,
É-lhes autorizado fustigar os muros
Sem sustos ou arquétipos das ordens físicas

Nas sombras revejo os vestidos de meios tons
Pretos sempre de claros olhos
Que aos molhos
Se encontram com a lua

As sombras fundem-se sem passageiro
Um passo
Um acto
Movimento ligeiro;
Simbioses sem procriação afinca
Desta sempre postura , meio sentado deitado
De ângulos estranhos e desfigurados.

Estou para mim
Como a minha sombra esteve para mim
Quando estive para mim

Tenho-me …
Não me guardo
Qual papel vegetal ,
Temática fado , festiva
Aniversário ou natal

Deixo-me só
Para que não me ausente
E da sombra guardo a saúde
É que mesmo morto , a terei
( a minha sombra )

1 comment:

volátil said...

Que belo Alexandre… uma vez mais . admiro-te pela forma como escreves, e mesmo não te conhecendo sinto imensa curiosidade por ti. Que dizer mais ? Dá-me mais .