Sunday, September 27, 2009

Escrever Merda ou Sublinhar um Livro de Pessoa


Os que passeiam simplicidade p’lo fortim não têm nela elocução de cuidado, é que não mais original é o fim tão qual inédito seu pecado.
Assanham o caos onde vomitar se desarranja com analisar. E ovos serão só omeleta,
nem tortilha, pudim , intuito hepático ou escrita de poeta.
Varrem os ombros com a altivez apropriada a decapitar um boneco de neve e sorvem todo o emaranhado frásico num é “bonito ser breve”.
Pois bem, para além disto gracejam dos talheres porquanto temos boca e a voz outrora mouca incisiva-se de cultura de sofá ou cadeira numa qualquer plateia digna de frenesi cooltural.
Perpetuam os cânones, servem-se deles como bandeira , heróis e falsos amantes anunciados na prateleira.
Visam a mente instruída, fachada de uma casa sem telhado que visualmente virado ilude um casco de veleiro de vela destruída.
Não podemos misturar grilos com crocodilos. Que sentido fariam num banco de jardim a comer do ovo o pudim sobe a sua forma não mais completa, simplicidade omeleta!
Assim querem o poeta.

Senhores de simplicidade com motivo não olhem só para o umbigo.

Certificam-se de prognosticar o gosto pela arte,
asserem o activismo crítico apoiado em ciências
e perante as incongruências
fazem questão de lembrar “isto é só um aparte”

Execro a atitude servil tão-somente contemplativa,
vegetar assanhado
enfarpelado de palavra atrevida.

E não basta o crocodilo, fazem do burro instrumento,
do homem jumento e assim pedem mais à vida... ( Que não a sua )

Agentes passivos,
entregues a insónias
Varrem-se em comprimidos
reclusos de glórias

Como não me fio neles escrevo para escrever

Críticos e políticos de faz de conta
Prazerem-se com vestidos, atitudes de montra
E como o gato, fazem-se aproximar
Sem se fazer notar

Venero tanto os que não sabem
Que sem querer aprender
Oferecem-se ao conhecimento
Tudo sem um desígnio, motivo ou momento

Critico-me à importância dada
Mas é que ficar guardada
Teria em mim uma extensão que não necessito
Serei assim, burro consciente por escrito proscrito
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Wednesday, September 09, 2009

(Monólogos à Mágoa )

Passeio Marginal


Um caminho feito de rogativas.
Vagueio sem glórias ou medalhas
Fronde de rosas rubras
Que adormecem em
algibeira de pano quente.

Na noite enxergo
Os rasgos dos vales acidentados
Panos de pasto
de sol posto a poente
Convívio ele de amantes sem aliança

Nos fios do pensamento
teço a viajem utópica.
Distancia tua, tão minha
de noites em que me abstenho de sono

Seria um ausentar de sublime
índole de uma legítima dentada
sobre o veio do teu colo.

As ruas por onde passo
Tecem-se de motivos
não nupciais

Adormeço crias órfãs de amor
em braços baloiços brios
poiso ininterrupto de ardor
nas orlas frias de uma praia

Multicolor é também a dor mendiga
das línguas não pátria
O peregrino sabor imaginário
Vinho , musica , cenário .

Nisto, aquém de tudo o que sobreve
vejo o tom da minha tez
a poeira não cósmica
de óxidos que a vida enfrasca.

Alquebra assim o sabor
Runa de labirintos verdes
Onde escuto o negro,
Brando sem paredes

Adejo sobre o céu
Ícaro de conveniência
E sem por mim ter misericórdia
Inicio-me conquistador da lua.